A História Da Igreja Do Curral Das Freiras:
A existência, desde meados do século XVII, de uma capela no Curral das Freiras, ocasionalmente dotada de capelão permanente, “fez com que a sua população, beneficiasse de assistência espiritual e dessa forma se habituasse, durante esses períodos, a alguma autonomia relativamente à freguesia de Santo António”.
Entretanto, com aumento da população, da importância da freguesia verificada ao longo do século XVIII e tendo em conta a distância relativamente a Santo António, a população começou a manifestar a vontade de transformar o Curral das Freiras numa paróquia autónoma.
É assim que a 11 de maio de 1782, o Ministério da Fazenda Real, por carta de Alberto Rodrigues Lage, informa o bispo do Funchal de que “os moradores de Fajã dos Cardos e da Ribeira das Freiras da freguesia de Santo António, distantes cinco léguas da freguesia, não tendo pasto espiritual, de sacramentos e missa, sofriam com isso grande vexação, pelo que, tinham requerido e pedido ereção duma nova paróquia”.
Neste mesmo ano, muito provavelmente levando em linha de conta esta petição, o Curral das Freiras passou a ter um serviço paroquial quase independente da freguesia de Santo António.
Contudo, a capela de Santo António estava degradada e não oferecia condições, para servir de sede à futura paróquia, motivo porque, pouco tempo depois, começou a construção de um novo templo.
A 24 de Julho de 1787, “por escritura lavrada pelo Tabelião de Notas, António Rodrigues da Câmara Costa, o mosteiro de Santa Clara do Funchal faz a doação do terreno necessário para a construção de uma nova igreja, da residência paroquial e do seu passal.
Perante a Abadessa Paula Luísa de Santa Teresa e mais algumas Irmãs, de Fr. Luís da Conceição, Custódio Provincial, e de um representante da Diocese, o padre Nicolau Francisco de Carvalho Maysingh”, foi firmada uma licença de doação gratuita, do Convento de Santa Clara em favor da Diocese: “Por esse instrumento elas Senhorias dão licença e dotam gratuitamente à Ex.ma. e Rev.ma Mitra da porção de terra, quanto for precisa e necessária para a edificação da dita igreja e casa do capelão do dito Curral, segundo seu orçamento, no lugar onde mais útil for e junto da casa do Reverendo Capelão largam seis alqueires de terra para seu passal, sendo este passal donativo que fazem ao Reverendo Capelão em beneficio dos moradores do mesmo lugar, sendo obrigatório tão somente os Reverendos Capelães do mesmo lugar contribuírem cada ano, por dia de Santa Clara, em doze de Agosto, um frango pelos seis alqueires de terra do referido passal para reconhecimento da senhoria do mesmo referido passal e futuro servir no conhecimento do benefício que o mesmo seu mosteiro fez ao dito Reverendo Capelão”.
Aquando da criação da paróquia do Curral das Freiras, a 17 de março de 1790, sob a invocação de Nossa Senhora do Livramento, ficou a sede paroquial instalada na igreja cujas obras se tinham iniciado havia seis anos.
Ainda que não se saiba a data em que essas obras terão terminado, o ano de 1793 constitui uma referência, uma vez que nesse ano, conforme é atestada pela presença de uma inscrição sobre a cornija da porta, foi a igreja dedicada, por parte da rainha D. Maria I, à Rainha do Céu e da Terra, Virgem doLivramento.
Ao longo dos anos, tanto a igreja, como a casa paroquial, terão sido alvo de obras de restauro, sendo exemplo disso a substituição do seu sacrário ocorrida por volta de 1850.
Em 1878, temendo ficar sepultado nas ruínas da casa paroquial, o então pároco do Curral das Freiras, provavelmente José Teixeira Dória, mandou reparar a casa paroquial às suas custas.
Entre 1916 e 1918, “o interior da igreja paroquial de Nossa Senhora do Livramento foi alvo de importantes reparações.
Com efeito, em novembro de 1916, estavam concluídos os novos altares laterais que as respetivas confrarias mandaram construir em honra da Senhora do Livramento e do Sagrado Coração de Jesus”.
A obra de talha, em estilo renascentista, “foi confiada a Manuel Inocêncio de Sousa e a pintura ao Sr. José Zeferino, popularmente conhecido por Cirilo”.
Em março de 1917, o entalhador Manuel Inocêncio de Sousa estava executando, no seu atelier à rua Câmara Pestana, um altar-mor em estilo coríntio para a igreja do Curral das Freiras.
Em agosto de 1938 estaria quase calcetado o adro da igreja.
Em 1952, sendo seu pároco o padre Alfredo Aires de Freitas, era sua intenção continuar a proceder a algumas obras de restauro, que havia iniciado no ano anterior.
Com efeito, “em 1951, ano que havia tomado posse da paróquia, com o objetivo de satisfazer a principal aspiração do povo, havia adquirido um artístico altar destinado a Santo Antão, que foi colocado no fundo da parte nova da igreja, mandada construir pelo padre Sardinha, seu antecessor.
Foi seu autor, um mestre entalhador de nome Pimenta, natural de Santo António, sendo a obra de pintura de Alfredo Bernes”.
Na altura estava a restaurar a capela-mor da igreja, “obra que envolveria a pintura tanto do teto como do altar, da renovação das cantarias das duas janelas laterais, dos degraus do altar, da porta que dava entrada para a sacristia e do arco do cruzeiro”.
Um Local de paragem Obrigatória.
Acessibilidade
♿ 🟠- Acessibilidade : Média ( Acesso á Igreja Com Um Degrau, Acesso Desde A Estrada À Igreja, Complicado, Descida / Subida Acentuada, Zona Envolvente Com Problemas No Chão ).